terça-feira, 30 de março de 2010

Observatório das Representações de Género nos Media


Foi criado o Observatório das Representações de Género nos Media. Trata-se de um projecto que foi desenvolvido por um Grupo de Trabalho da
UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta, nomeadamente pelo núcleo de Braga, e que está em permanente construção.


Visite o site em: http://www.observatoriogenero.pt.vu/

sexta-feira, 26 de março de 2010

quinta-feira, 25 de março de 2010

Senegal - Presidente promete paridade total no país!

No site da inter parliamentary union podemos constatar que entre os países que se encontram em 1º lugar no raking mundial, em termos da participação de mulheres na política, estão o Ruanda (com 56,3%) e África do Sul (44,5%).
No Senegal, a percentagem de mulheres é de 22,7%.
No entanto, o Governo senegalês declara que, em breve, vai submeter um projecto de lei à Assembleia Nacional para a aplicação da paridade em todas as funções, informou o Presidente Abdoulaye Wade.
Assegurou que a nova lei da paridade será aplicada em todas as instituições, incluindo a Assembleia Nacional, o Senado e o Conselho Económico e Social, o que, como referiu, será inédito: “não existe nem em França nem em nenhum outro lugar do mundo”.

Veja a notícia aqui.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Duas candidatas à Presidência no Brasil!

A economista e ministra Dilma Rousseff é uma das candidatas à Presidência da República.

Dilma considera que o Brasil está preparado para ter uma mulher presidente e que as mulheres, em geral, também estão preparadas para isso. A ministra admite conhecer os desafios que tem pela frente. Um eles é conquistar o voto das mulheres brasileiras.

Conhecida pelo temperamento forte, chegou a dizer que era a única “durona no meio de homens fofos”, em referência aos colegas de governo.

A última pesquisa divulgada (da CNI/Ibope) mostra que a chefe da Casa Civil está a 12 pontos percentuais do seu adversário nas urnas, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), no conjunto das eleitoras. Este tem 37% das intenções de voto enquanto que Dilma tem 25%. Por isso, na sua campanha estão previstas acções para agradar às brasileiras e tirar, de uma vez por todas, a imagem de “durona” da ministra.

Para além de Dilma Rousseff, a senadora Marina Silva (PV-AC) também é candidata à Presidência. O Brasil tem, assim, duas candidatas ao cargo mais importante.

Mulheres pela América - Algumas políticas que chegaram à Presidência de seus países


Tradicionalmente, as mulheres candidatas herdaram votos de homens, sobretudo dos maridos. Na América Latina, 10 mulheres já ocuparam o cargo de presidenta, 7 foram eleitas, sendo que 5 tiveram o apoio dos “padrinhos”, 3 ocuparam a Presidência interinamente.


Maria Estela Martinez de Peron (Argentina) - tornou-se presidente depois da morte do marido, Juan Domingo Perón, em 1974.

Violeta Chamorro (Nicarágua)
- Entrou na política depois do assassinato do seu marido, Pedro Joaquin Chamorro, opositor ao governo ditatorial de Anastásio Somoza. Foi eleita presidente em 1990, derrotando os sandinistas liderados por Daniel Ortega. Ficou no poder durante 7 anos.

Lídia Gueiler Tejada (Bolívia) - Em 1979, a presidenta da Câmara dos Deputados e liderança feminista, Lidia Gueiler Tejada foi designada chefe de Estado pelo Congresso, para substituir o coronel Alberto Natusch, que tinha sido derrubado Wálter Guevara Arce com um golpe de Estado. Governou 8 meses. Sofreu uma tentativa de assassinato e, com outro golpe de Estado, foi deposta pelo general Luis García Meza, que a mandou para o exílio.

Mireya Moscso (Panamá) - Viúva de Arnulfo Arias, presidente por três mandatos, foi eleita em 1999 pelo Partido Arnulfista.

Laura Chinchilla (Costa Rica) - A cientista política foi vice-presidente e ministra da Justiça antes de ocupar a Presidência este ano. É conhecida pela postura conservadora em questões como a legalização do aborto.

Michelle Bachelet (Chile) - Foi a primeira mulher eleita presidente na América do Sul e cumpriu o mandato até o início deste ano.

Cristina Kirchner (Argentina) - Cristina Kirchner, advogada, senadora, e mulher do ex-presidente e deputado Néstor Kirchner, foi eleita em 2007.

Ver notícia completa aqui:
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/03/22/politica,i=181196/PRE+CANDIDATA+A+PRESIDENCIA+DILMA+ROUSSEFF+TEM+O+DESAFIO+DE+CONQUISTAR+O+VOTO+DAS+MULHERES.shtml

sábado, 20 de março de 2010

Simone Veil - a 6ª mulher a entrar para a Academia Francesa!

Simone Veil, várias vezes ministra, sobrevivente de Auschwitz e feminista, tornou-se, no dia 18 de Março, com 82 anos, a sexta mulher a entrar para a Academia Francesa.

Ver aqui:

quarta-feira, 17 de março de 2010

Fazer o género ou desfazer o género?


Saiu o novo nº da Revista Exaequo, organizado por Conceição Nogueira e João Manuel Oliveira.
Fazer o Género: performatividades e abordagens queer. Revista Exaequo, nº 20.

"Este número
procura estimular, no contexto português, o aprofundamento e o debate em torno do questionamento e do reposicionamento das ligações entre género, identidades e desejo, bem como da proficuidade do conceito de performatividade do género e das abordagens queer. As perspectivas aduzidas tornam por demais evidente a projecção da obra de Judith Butler Gender Trouble: Feminism and the subversion of identity e os desenvolvimentos suscitados pela ruptura de paradigma que ela produziu."

segunda-feira, 15 de março de 2010

Aqui está o artigo tão esperado sobre a polémica em torno de algumas campanhas de cerveja sexistas!

O artigo do jornalista Pedro Durães, da revista Meios & publicidade, já se encontra online (2 de Março de 2010 - http://www.meiosepublicidade.pt/2010/03/12/beber-cerveja-e-de-homem-olhe-que-nao/)

"Beber cerveja é de homem? Olhe que não…

“Parece que na publicidade, actualmente, vale tudo. Até mesmo regredir na sociedade ao ponto de voltar a colocar a mulher numa posição hierarquicamente submissa, como se de uma ‘alcateia’ se tratasse.” A acusação é das responsáveis pelo blogue Feministas 100 Fronteiras, ouvidas pelo M&P. Não é nova a discussão em torno da exploração do corpo feminino por parte das mensagens publicitárias, recorrendo a estereótipos e doses massivas de sensualidade para agarrar o target masculino. Mas o assunto volta a estar em cima da mesa com o aparecimento recente de queixas e movimentos de indignação contra anúncios considerados sexistas, acusados de discriminar e rebaixar a imagem da mulher ou de apresentar excesso de conteúdos sexuais. Em causa estão duas campanhas publicitárias protagonizadas por marcas de cerveja, a Devassa no Brasil e a Super Bock Stout em Portugal, que conta já com um movimento de indignação no Facebook e desagrado destacado no blogue feminista gerido por um grupo de psicólogas, de entre as quais se destaca Joana Amaral Dias, ex-deputada do Bloco de Esquerda.

No caso brasileiro, foi a campanha Devassa Bem Loura, protagonizada por Paris Hilton, a fazer estalar a polémica, com três processos de investigação em curso por parte do Conselho de Autoregulamentação do Brasil (Conar). No spot televisivo da campanha, assinado pela agência Mood de São Paulo, Paris Hilton surge num vestido preto curto e justo exibindo-se em frente à janela com uma lata de cerveja Devassa Bem Loura, o que foi considerado demasiado provocante mesmo para os padrões brasileiros. Perante o habitual nível de sensualidade que os criativos querem presente nas campanhas de cerveja, foi estipulado pelo Conar que “os apelos à sensualidade não podem constituir o conteúdo principal da mensagem” e “as modelos publicitárias não podem ser tratadas como objectos sexuais”, regras muitas vezes contornadas pelos publicitários com ambientes de praia onde as modelos têm permissão para estar em biquini. Segundo a agência noticiosa Estadão, o primeiro processo terá resultado de “uma queixa formal colocada por um consumidor que reclama sobre a abordagem sensual das peças”. Um segundo processo foi aberto pelo próprio Conar, que aponta a possibilidade de os conteúdos promocionais no site da marca estarem a violar regras ao incentivar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas. A terceira investigação prende-se com uma queixa apresentada pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, por considerar que o site da marca de cerveja “tem conteúdo sexista e desrespeitoso para com a mulher”.

Stout is out?

Em Portugal, foi a cerveja Super Bock a despertar a discussão, com o spot da Stout e, sobretudo, com os mupis onde se via uma mulher em roupão com a frase ‘É só puxar’. A indignação não tardou com criticas em vários blogues e com a criação do movimento Stout is Out no Facebook, onde se lê, como informação sobre o grupo, que “a campanha da Super Bock Stout é exemplar da mentalidade retrógrada que continua a negar qualquer réstea de dignidade e consideração”. Andrea Peniche, uma das criadoras da página Stout is Out, ouvida pelo M&P, aponta o dedo à marca que “procura masculinizar o consumo da Stout e, para tal, recorre à humilhação e menorização das mulheres, que curiosamente também são consumidoras de Stout”. “Explora os sentimentos mais primários, reproduzindo e banalizando os estereótipos que sustentam a desigualdade entre os sexos. Aqui não há criatividade, há preguiça criativa”, acusa Andrea Peniche. Em resposta às críticas, a posição oficial da Unicer passa apenas por esclarecer o conceito criativo da campanha, que “foi definido em função do posicionamento que se pretende para o produto que estamos a comunicar e do público-alvo a quem se destina. Foi naturalmente testado junto desse grupo alvo, como fazemos para todas as nossas campanhas.

Para o relançamento da Super Bock Stout, à semelhança do que já foi feito para a marca, a comunicação tem por base a diversão e o humor”. A Unicer acrescenta ainda que “os consumidores de cerveja são maioritariamente homens, facto ainda mais acentuado quando se fala na categoria de cerveja preta”, escusando-se a fazer qualquer tipo de comentário sobre o movimento surgido no Facebook ou a responder a qualquer crítica. Andrea Peniche sublinha que o movimento, que vai em 700 membros, é espontâneo e não tem objectivos definidos, mas falando em seu nome, afirma: “Exijo é que a marca me respeite. Espero não só que a Super Bock perceba que o sexismo ofende, nomeadamente os seus consumidores, mas também que esta linha de campanha é errada.” Para as responsáveis do blogue Feministas 100 Fronteiras, que consideram a campanha “extremamente sexista e até boçal”. O problema incide sobretudo sobre os mupis: “Reduzem as mulheres ao seu corpo e este a um objecto de consumo, confundido com a cerveja. Note-se que a cabeça e as pernas dela nem são necessárias. E há um trocadilho grotesco entre a cerveja e a mulher quando referem que é ‘de abertura fácil’”. Mas não poupam as críticas também ao spot, onde “há uma hierarquia abismal entre homens e mulheres, onde elas existem apenas para servir os homens, para lhes proporcionar prazer”. O grupo admite que pretende pressionar a suspensão da campanha já que considera “este tipo de sexismo extremamente ofensivo”. Ambos os grupos se mostram satisfeitos com a adesão por parte de elementos do sexo masculino, algo que não surpreende já que “o anúncio faz a apologia de um mundo detestável, tanto para homens como para mulheres”, refere Andrea Peniche. As responsáveis do blogue apontam para o facto de que “também os homens são discriminados já que só vemos a imagem de alguns homens descerebrados que só vêem cerveja, mulheres e futebol… Redutor da essência masculina não?”. Para lá da questão do uso abusivo da sexualidade e do corpo feminino, que as redes sociais criticam, há uma discriminação sublinhada por ambos os grupos: beber cerveja não é de homem, as mulheres também são consumidoras. “Irrita-me que me ignorem enquanto consumidora. É que as mulheres também bebem cerveja. Se isso não é importante para a marca, pois bem, deixam de contar com o meu consumo”, atira Andrea Peniche.”

sexta-feira, 12 de março de 2010

Vamos todos/as assinar a petição para que seja retirada a publicidade sexista da SuperBock Stout!

Volto a chamar a atenção para publicidade sexista da SuperBock Stout e para a enorme polémica que está a gerar, nomeadamente na blogosfera e no facebook (Stout is Out). Este grupo, criado há cerca de 15 dias, já integra perto de 1000 pessoas. Adira também.

Há aqui uma
- petição on-line - com o objectivo de retirar esta publicidade dos meios de comunicação. Subscrevam a petição e divulguem-na pelos vossos contactos pff.
Obrigada.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Vale tudo para que os homens passem a olhar para os olhos das mulheres e não para os “decotes”!


Vi no i que Marion Cotillard, a actriz francesa, que participa, nomeadamente, no filme "Nove", participa numa paródia de promoção de um inovador acessório: uns seios de plástico para colar em cima das sobrancelhas. Diz Marion que faz tudo para que os homens passem a olhar para os olhos das mulheres e não para os “decotes”!




segunda-feira, 8 de março de 2010

Parabéns

PARABÉNS A TODAS AS MULHERES DO MUNDO E A TOD@S OS QUE CONTRIBUEM PARA QUE ESTE DIA ACABE...QUANDO ISSO ACONTECER, É SINAL QUE A IGUALDADE FOI CONSEGUIDA!

Hoje é o Dia Internacional das Mulheres!































Hoje é dia 8 de Março -
Dia Internacional das Mulheres - por isso, junte-se a nós, vamos todos/as ao Rossio, em Lisboa, para a 3ª Acção Internacional da Marcha Mundial das Mulheres, a partir das 17h30!

A acção será animada pelos ritmos dos Sounds of Resistance, das batucadeiras Finka Pé, das jovens do Hip-Hop do Baton, do Bloco de Mar...acatú da Casa do Brasil e de diversas vozes que entoarão o Capiré, tema musical da Marcha cantado em vinte e seis línguas em simultâneo, composição que, desde há uma década, tem-se erigido em hino internacional pelos direitos humanos das mulheres.


Man, I Feel Like A Woman!

sábado, 6 de março de 2010

HISTÓRIA DO DIA INTERNACIONAL DA MULHER!

É já na próxima 2ª-feira, dia 8 de Março, o Dia Internacional da Mulher!
Faz 100 anos que se comemora este dia, que continua a ser tão importante, visto que ainda há muito caminho a percorrer para que haja igualdade entre mulheres e homens!

sexta-feira, 5 de março de 2010

Respostas d@s Feminist@s 100 Fronteiras às questões do Jornal Meios & Publicidade

1. Gostaria de ter a vossa opinião sobre a actual campanha publicitária da Super Bock Stout.

Consideramos a campanha publicitária da Super Bock Stout extremamente sexista e até boçal.

2. O que vos motivou a fazer eco desta crítica no blog? Têm como objectivo fazer pressão para a suspensão da campanha?
Como deverá calcular, até pelo nome do nosso blog, estamos constantemente à alerta sobre as questões de género, sejam boas ou más. O sexismo, quer o mais subtil ou mais flagrante, é uma questão muito má que fazemos questão de apontar no Blog Feministas 100 Fronteiras sempre que acharmos necessário.
No caso da campanha da cerveja super bock stout, quisemos mostrar o nosso desagrado. Algumas de nós tanto no blog Feministas sem Fronteiras, como aderindo ao grupo do facebook Stout is Out, porque nos parece que recuaram claramente ao que, em Psicologia Social, se designa “velho sexismo” ou “sexismo hostil”, com tudo o que isso implica. Ou seja, há um tratamento desigual entre os sexos, sendo prejudicial às mulheres, uma vez que são percebidas como inferiores aos homens. Este anúncio ainda nos parece mais degradante do que os que surgiram nos anos 60, carregados de estereótipos, em que as mulheres surgiam sempre associadas à esfera privada (às tarefas domesticas e ao cuidados das crianças, verdadeiras fadas do lar!) e os homens à esfera pública, que também deviam ser cuidados quando voltassem a casa. Nesta campanha super bock stout são passadas várias mensagens, consoante se trate do spot publicitário ou do cartaz. Neste, basicamente, reduzem as mulheres ao seu corpo e este a um objecto de consumo, confundido com a cerveja. Note-se que a cabeça e as pernas dela nem são necessárias. E há um trocadilho grotesco entre a cerveja e a mulher quando referem que é “de abertura fácil”! No spot há a tal hierarquia abismal entre homens e mulheres, onde elas existem apenas para servir os homens, para lhes proporcionar prazer.
Por tudo isto e muito mais, sim, o nosso objectivo foi demonstrar o nosso descontentamento e contribuir para pressionar a suspensão da campanha. Este tipo de sexismo é extremamente ofensivo. A utilização do corpo das mulheres na publicidade tem servido para tudo, desde apresentar bebidas a apresentar as rolhas da garrafa. Será que tudo gira mesmo em torno do corpo e do sexo?!

3. Qual a vossa opinião sobre o movimento de indignação que se gerou no Facebook com o grupo Stout is Out?

Como é óbvio, somos totalmente a favor. Aliás, aderimos ao grupo desde o seu início. Enquanto cidadãs e cidadãos que somos, estamos, por esta via, a demonstrar o nosso descontentamento e indignação, por ainda existirem mentes destas em pleno século XXI...parece que andamos a regredir em vez de evoluir!.Aliás, este movimento de indignação que começou na Internet vai formalizar-se com uma queixa às entidades competentes, a qual está a ser elaborada por várias pessoas e várias associações de promoção da igualdade de género.

4.Consideram que uma campanha de comunicação publicitária é suficientemente relevante para gerar uma onda de indignação?

Sim, obviamente, embora tenhamos a noção de que apenas o nosso blog não basta. As campanhas de comunicação publicitárias são instrumentos poderosíssimos, vistos por milhares de pessoas e os/as estudiosos/as do consumo ou de marketing sabem-no. Caso contrário não investiam tanto dinheiro na sua realização. Toda a gente, minimamente informada, sabe isso. Usado desta forma, serve para manter o status quo. Por isso estamos indignadas. É enervante, sobretudo sabendo que são pessoas informadas (?) que estão por detrás daquelas campanhas! Seria desejável que aproveitassem essa fonte informação/ influência para desempenhar um papel mais activo no sentido de mudar a sociedade para melhor e não o inverso, perpetuando estereótipos! Mas como, efectivamente, não devem ser obrigados a prestar serviço público, pensamos que é importante que, deste lado, continuemos a criar grupos de pressão, para lhe mostrar o nosso descontentamento!
Este tipo de esterotipização e de subordinação violenta e humilhante, felizmente, já não é aceitável em relação a outros grupos historicamente discriminados (homossexuais, pessoas não caucasianas...), mas, estranhamente continua a ser e até promovido em relação as mulheres. Estamos convencidas que, se um anúncio caracterizando racialmente os indivíduos fosse para o ar, a maioria da população e os responsáveis pela regulação desta área não consentiriam a sua difusão e a condenação seria expedita.

5. Ficaram surpreendidas por verem aderir ao movimento tantos elementos do sexo masculino?

Enquanto frequentadoras do facebook, não, não ficámos surpreendidas. Já há muitos homens feministas. Ao contrário do que geralmente se diz, o feminismo não é uma coisa só das mulheres, há homens feministas, e cada vez mais, felizmente. Pensamos aliás, que essa foi mais um dos erros da campanha. Já há muitos homens que não se revêem entre o público-alvo deste tipo de anúncios e que também consideram deplorável o que estes representam. Até porque vejamos...de alguma forma, também os homens são discriminados neste anuncio...só vemos a imagem de alguns homens descerebrados que só vêm cerveja, mulheres e futebol à sua frente....redutor da essência masculina, não?!
Outro aspecto interessante e que no nosso entender merece uma análise é o facto de os responsáveis da Super Bock terem referido que os seus produtos se destinam exclusivamente a um público masculino e heterossexual. Afinal, reduzem os consumidores e consumidoras a um público muito específico, concretizando também nesta resposta mais uma discriminação.

6. Será que a indignação não é um pau de dois bicos? Além de se fazer com que a campanha tenha mais importância do que aquela que de facto tem, já que é assumida como uma brincadeira publicitária, acaba por se dar mais visibilidade com todo o burburinho que se gera nas redes sociais. Como comentam isto?

Pode ser, mas não devemos, nem podemos ficar caladas! É uma questão de cidadania e de luta por direitos iguais, tão simples como isso. Por outro lado, não nos parece que agrade muito à super bock este tipo de visibilidade!

7. Recentemente surgiu também uma onda de protestos por causa de um anúncio a cerveja brasileira com a Paris Hilton por apelar ao sexo (coloco o link abaixo). Estaremos a indignar-nos demais e a fazer voltar um certo pudor que já estaria ultrapassado?

Como já tivemos a ocasião de dizer, não se trata de “pudor”. Trata-se de discriminação e menorização das mulheres (que, ainda por cima, no caso acima, também consumem esta cerveja). Em termos práticos (e como a simetria de género nos parece quase uma utopia na sociedade portuguesa) nem nos incomodaria que, por vezes, recorressem ao corpo e ao desejo nos spots (de forma inteligente e com limites, é claro) se tivessem cuidado e respeito pelas pessoas, realizando, por exemplo, 2 vídeos exactamente equivalentes, um com homens outro com mulheres, direccionados ao público masculino e feminino. Seria desejável que começassem a revelar algum respeito pelas mulheres, mais de metade da população portuguesa, que, aliás, também são consumidoras.
Aliás, o vídeo é por si só é degradante. Primeiro porque recorre à posição redutora da mulher para se vender um produto, e depois porque faz uma bizarra associação de palavras entre "a mulher" e a palavra "devassa" ! É arrepiante!

8. Qual a vossa opinião sobre o sexismo na publicidade? Em que ponto estamos a esse nível?

Parece que actualmente na publicidade, vale tudo. Até mesmo regredir na sociedade ao ponto de voltar a colocar a "mulher" numa posição hierarquicamente submissa, como se de uma ‘alcateia’ se tratasse. É quase como, se para vender um produto fosse necessário regredir...para nós é um atestado de estupidez a todos os consumidores e consumidoras inteligentes que existem. A questão não é a utilização do sexo, do corpo, quer seja de uma mulher ou de um homem...tal como já dissemos, é a utilização destes de forma degradante e abusiva. Portanto, concluindo podemos afirmar que em pleno século XXI ainda assistimos a um sexismo flagrante nos anúncios publicitários como noutras industrias culturais de massa, sendo que este tratamento discriminatório tem sido estudado por diversos investigadores e investigadoras no contexto português. O que mais nos revolta é o facto de os media terem um forte poder na sociedade e continuarem a perpetuação de estereótipos de género, em vez de os desconstruir. Afinal, todas as empresas devem ter responsabilidade social!

Lançamento de Livro: Reinventando Lideranças: Género Educação e Poder!


No próximo dia 11 de Março, pelas 18 horas, vai realizar-se no auditório 1 da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto (FPCEUP) o lançamento do livro "Reinventando Lideranças: Género Educação e Poder", coordenado por Eunice Macedo e Marijke de Koning. A apresentação do livro estará a cargo de Luiza Cortesão e de Isabel Menezes.

Estamos todos/as convidados/as!

Beber cerveja é de homem? Olhe que não…

Há uns dias atrás, fomos contactadas por um jornalista da revista Meios & Publicidade que nos questionou, nomeadamente, sobre a campanha da cerveja super bock stout e sobre a cerveja “Devassa”.

Acabei de ver que o novo Nº da revista fala sobre o sexismo na publicidade e já estou curiosa para ler o artigo.

Para já, pode ver-se: “Beber cerveja é de homem? Olhe que não… As cervejas Super Bock e Devassa, no Brasil, trouxeram novamente a lume a discussão sobre o sexismo na publicidade. Uma está a ser investigada, a outra é escrutinada nas redes sociais e blogues”!

Isto promete ;o)

quarta-feira, 3 de março de 2010

É caso para dizer que todos os caminhos vão dar...

Segundo o Jornal Expresso (23 de Fevereiro, 2010), em França, surgiu uma campanha publicitária, promovida pela Associação de Direitos dos Não Fumadores (DNF), que associa o vício do tabaco ao sexo oral. Vejam bem, defende que fumar é como ser obrigado/a a fazer sexo oral!
Na sequência de queixas apresentadas por várias associações ligadas à família, aos direitos das crianças e feministas, que consideraram a campanha “escandalosa, esta também foi cancelada:

Antoinette Fouque, uma das fundadora do Mouvement de Libération de la Femme ironizou dizendo “Tanto quanto sei, fazer sexo oral não provoca cancro!”.

Também Florence Montreynaud, presidente da Chiennes de Garde afirmou que "A imagem de um adulto com a mão na testa de um adolescente é insuportável!"

Alguns veteranos da luta contra o tabaco também criticaram a campanha. Para Bertrand Dautzenberg, presidente da Prevenção do Tabagismo francesa, esta campanha "deixa os adultos chocados sem assustar os adolescentes!".

Segundo a DNF, a decisão de suspender esta campanha tem por objectivo “não alimentar ainda mais a polémica” :o)

terça-feira, 2 de março de 2010

Anúncio da cerveja “Devassa” suspenso no Brasil!


O anúncio, com a participação da americana Paris Hilton para a cerveja “Devassa Bem Loura” também está a ser censurado no Brasil.

O Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) suspendeu a veiculação de parte da campanha da cerveja Devassa Bem Loura, da Schincariol, com a Paris Hilton. Aparentemente, a acção assinada pela Mood para o Grupo Schincariol, fere a letra "a" do item 3 do Anexo "P" do Código de Autorregulamentação, que afirma que o "anúncio não poderá ter eventuais apelos à sensualidade não constituirão o principal conteúdo da mensagem" e que "modelos publicitários jamais serão tratados como objeto sexual".

A decisão é uma resposta às denúncias de alguns consumidores e da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, ligada à Presidência da República, que consideraram a campanha sexista e desrespeitosa.

Veja alguma informação no site Adnews. Para ver o vídeo onde Paris Hilton apresenta a Devassa, clique aqui.


segunda-feira, 1 de março de 2010

Stout...you´re out!

1ª- Na realidade nem sei bem o que é mais redutor e discriminador:

- Ser retratada como "mulher objecto sexual" neste espécie de anúncio, como se fosse um meio auxiliar de prestação de serviços aos homens
- ou ser retratado como um homem descerebrado, que apenas sabe beber cerveja e ver jogos da bola...
Quando um...uma espécie de anúncio já é por si só...descerebrado...acho que não há comentário possível!

2º -Muitos comentários referem a questão das mulheres gostarem de cremes, depilação, produtos de beleza, moda, cabeleireiros...Gostar de nos vermos ao espelho, cuidar de nós... estarmos mais bonit@s nada tem a ver com " ser objecto sexual". Ser "objecto sexual" é caracterizar alguém como um ser desprovido de todas as outras características que fazem a personalidade da pessoa (homem ou mulher), o que é claramente claramente redutor!
Claro que quando nos vestimos é também para agradar os outros...mas essencialmente é para nos agradar a nós...para nos sentirmos bem...porque se nos sentirmos bem, é mais fácil sentirmo-nos bem com os outros. A questão fundamental, é o facto de, ao considerar a mulher como "objecto sexual", é como reduzir a mulher apenas às suas características físicas, negando e relegando tudo o resto para um vácuo, um buraco negro. Nós somos animais sexuais, onde a sexualidade presta um papel fundamental...mas não nos podemos reduzir apenas a essa característica. É fundamental que as pessoas (homem, mulher e outros, preto ou branco, católico ou muçulmano) sejam vistas como um todo.

Se não não lutarmos contra esta visão...não evoluímos como sociedade!