sábado, 2 de janeiro de 2010

AVATAR, um filme grandioso!

Ontem fui, em família, ver o AVATAR. Fui com um pé atrás, admito, mas fui, muito por sugestão de amig@s.
Hoje, acho que o que disseram, para “me aguçar o apetite”, foi pouco. Acho que é um daqueles filmes que deviam ser obrigatórios, seguidos de uma aula de cidadania e de debate. Só assim, a meu ver, as pessoas podem aprender e melhorar, enquanto seres humanos, enquanto partes minúsculas de um todo.

Acho o filme de James Cameron lindo, a todos os níveis. Se a minha memória não me trai, o AVATAR é dos filmes que me fez sentir o sentimento mais belo que já senti numa sala de cinema ... à frente de Into the wild de Sean Penn, pela coragem de desprendimento das coisas materiais por parte da personagem principal - Emile Hirsch.

Apresenta mensagens impressionantes sobre trocas culturais, alteridade, solidariedade, consciência e resistência cultural, ética, a essência da relação entre pessoas azuis e a natureza num planeta chamado Pandora. Trata-se de algo que, infelizmente, no planeta Terra se começa a perder. As imagens são maravilhosas, os efeitos especiais, juntamente com a fauna e a flora são verdadeiras metáforas de força, de coragem, de sensibilidade, de percepção, de amizade e de amor... chorei em vários momentos!

Eu nasci numa pequena aldeia de Barcelos e, talvez por isso, tenho uma ligação à terra muito profunda. Recordo-me claramente da 1ª vez que vim a Lisboa, há quase 3 décadas atrás. É claro que adorei Lisboa, era a realização de um sonho. Mas recordo-me mais do forte sentimento de mal-estar, devido à poluição, ao barulho, à correria frenética das pessoas, que nem tempo tinham para se olhar nos olhos... O “lar doce lar” nunca foi tão sentido como dessa vez!

A minha ligação com a natureza e com a terra era mesmo muito forte. Vivia colada à floresta e, muitas vezes, dava passeios solitários para admirar as árvores e os bichinhos, para sentir os cheiros maravilhosos, para mexer na terra... adoro o cheiro a terra molhada... Ontem no AVATAR encontrei o meu planeta ideal. O que eu dava para ter aquela ligação com a natureza, ligação com o presente e com o passado... que harmonia!

É um mundo onde a ligação entre as pessoas e os animais e as plantas ... se equipara às sinapses que existem no nosso cérebro. Não seriam necessárias estas redes sociais virtuais a que aderimos na Internet, no fundo, à procura dos mesmos sentimentos!

Pois bem, o que é que a maior parte dos seres humanos do Planeta terra faz quando encontram o Planeta Pandora? Como sempre, de cima do seu pedestal, é claro que se sentem diferentes. Mas, como se não bastasse, sentem-se diferentes e melhores, superiores! Vêem-n@s como indígenas, logo, tratam-nos praticamente como animais. E, como sempre, fazem tudo, tudo... para atingirem o seu objectivo, sem olhar à destruição.

Aqui, chorei de tristeza. É triste perceber que, efectivamente, em geral, as pessoas estão cada vez mais distantes da terra e da natureza. Estão ligadas a quê, para além do consumismo desenfreado?! O que é que as move? Para onde vão? O que esperam do futuro?...

Felizmente, tal como no filme, ainda há pessoas com consciência social, pessoas abertas a novas descobertas, abertas à diferença. Ainda há pessoas preocupadas em melhorar as formas de vida, procurando entendê-las e a respeitar @s desconhecid@s - @s outr@s.

No final do filme, tudo acaba bem. Felizmente, o bem vence o mal de forma grandiosa... mas a que preço?!

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