quinta-feira, 28 de abril de 2011

O Controle Social da Imagem das Mulheres nos Média

Este vídeo sobre o género e os Média é muito interessante. Embora os exemplos relatados estejam directamente relacionados com casos do Brasil, também nós reconhecemos muito bem esta realidade:

  • Os média vistos como um mecanismo que legitima a ideologia dominante,
  • Que mantém e justifica o androcentrismo e a heterossexualidade hegemónica,
  • Que desvaloriza as mulheres, sobretudo as mulheres negras,
  • Relatam as mulheres não só como consumidoras, mas também como produto.
  • Os média não criam o preconceito, porque ele já existe na sociedade, mas reforçam-no.
  • A democracia não será plena enquanto não houver um sistema de comunicação realmente democrático,
  • Tem de haver um controle social dos média, para que estes adoptem um papel mais activo na mudança do sistema, um sistema mais equitativo, justo e democrático.


2 comentários:

Adília disse...

De fato tenho muitas dúvidas sobre as possibilidades de um controlo social dos media pela simples razão de que quem manda nos media não está interessada em contribuir para uma mudança na imagem que dá das mulheres, bem pelo contrário. Enquanto não se perceber isto, não se vai muito longe. O que interessaria era haver mulheres a controlarem os media nomeadamente mulheres de esquerda porque já sabemos que as de direita iriam continuar a impingir-nos programas do tipo sic mulher com receitas de cozinha e arranjos florais. Também era preciso haver mulheres de esquerda a controlarem editoras pois as que temos nada publicam que contribua para alterar o statu quo no que ás mulheres diz respeito.
Vocês que são mulheres e feministas, jovens, inteligentes e informadas porque não se unem para começar a alterar a paisagem no dominio da informação?

Maria Helena Santos disse...

Adíla, muito obrigada pelo seu comentário. Realmente, esta é uma questão muito interessante e que me faz pensar.
Quando analisamos a perspectiva do grupo dominante, percebe-se rapidamente que é pouco provável que este adopte acções que ameacem a sua situação de poder. Pelo contrário, como já disse um dia Martin Lutter King Jr., os membros dos grupos favorecidos raramente abandonam os seus privilégios sem uma forte resistência. Por isso, grande parte das acções dependem dos que estão em posições desfavorecidas, como é o caso das mulheres.

Em relação à política, por exemplo, contexto onde eu me tenho centrado particularmente nos últimos anos, há autores/as (e.g., Phillips ou Young) que, tal como você, defendem que, para se conseguir alterar o quadro da sub-representação política das mulheres, se devem eleger mulheres conscientes do estatuto inferior das mulheres na sociedade e na política, isto é, eleger mulheres feministas, conscientes da discriminação das mulheres e convictas de que isso é o resultado da situação de desigualdade estrutural das mulheres na sociedade, e do reconhecimento de que são necessárias acções colectivas para se alterar essa estrutura.

No caso dos média, também não vai ser nada fácil alterar o status quo. Também é importante que haja mulheres feministas nos média. Da nossa parte - sociedade civil - julgo que é importante que continuemos vigilantes e sempre que se considerar necessário devemos intervir, tal como temos feito, nomeadamente através de petições, para retirarem publicidades da TV.