terça-feira, 14 de junho de 2011

Já ouviram falar no "Movimento Slutwalk", ou na "Marcha das Ordinárias"?

Trata-se de um movimento internacional pelos direitos das mulheres que tem vindo a crescer e está agora a chegar ao nosso país.

O SlutWalk nasceu no início deste ano em Toronto, no Canadá,

depois de um policia ter aconselhado as mulheres a não se vestirem como "ordinárias" para evitar serem vítimas de violência sexual. Ou seja, em vez de o agente da polícia se dirigir ao/à criminoso/a, passou a mensagem de que, se se vestir de forma “provocante”, a vítima é culpada dos crimes sexuais a que é sujeita.

Obviamente, as mulheres são desrespeitadas e agredidas sexualmente todos os dias, mas a culpa não é da roupa, nem dos saltos altos. A culpa é sim do machismo que ainda existe na nossa sociedade. Aliás, é do conhecimento público que, em alguns casos jurídicos, a forma de vestir e de comportar das vítimas serviram, muitas vezes, de atenuante na sentença de alguns criminosos.

Felizmente, em Toronto, a reacção não se fez esperar: um mês depois, 3 mil pessoas, sobretudo mulheres, vestidas como quiseram, protestaram nas ruas desta cidade, em defesa das vítimas e do seu direito à autonomia sobre seus corpos.

Desde essa altura, foram organizadas manifestações em vários países, no sentido de chamar à atenção para a violência sexual contra as mulheres.

De facto, o Movimento já chegou ao México, com a 'Marcha das vagabundas', onde algumas das principais mensagens eram “Nem putas, nem santas, somos mulheres!” e “Não, significa não!”.

Também já chegou a Sydney e ao Brasil, com a “Marcha das Vadias”, a "Marcha das Vagabundas", ou a "Marcha Anti-Machismo" .

No sábado passado, também em Londres, Milhares desfilaram (de mulheres e alguns homens) nas ruas de Londres pelo direito de vestir roupa provocante sem recear agressões. Manifestaram-se pelo direito de se vestirem como quiserem e protestaram contra as agressões sexuais.

No dia 25 de Junho irá ocorrer a Slutwalk Lisboa - pela autodeterminação sexual em qualquer circunstância!

Daremos mais informações sobre este evento nos próximos dias.

3 comentários:

Anónimo disse...

Gostava de saber qual a vossa posição em relação a Paulo Macedo ser o próximo ministro da saúde. A minha curiosidade prende-se com a actual lei do aborto...

Maria Helena Santos disse...

Obviamente, estamos expectantes. Mas ficamos expectantes assim que o Sr primeiro ministro, Passos Coelho, disse, ainda durante a campanha, que era preciso reavaliar a lei do aborto.
Mas trata-se de uma matéria que foi objecto de um referendo, por isso, não poderá ser alterada assim tão facilmente, passando por cima da vontade da maioria das portuguesas/es!
Uma coisa é certa, não podemos ficar de braços cruzados e deixar que a nossa sociedade regrida numa questão tão importante no que diz respeito aos direitos humanos e aos direitos das mulheres!

Mentiroso disse...

É verdade que existe machismo na maioria das sociedades e que deve ser erradicado. Porém, associá-lo à provocação intencional, tal como estabelecido juridicamente em relação ou na origem de qualquer crime é pura hipocrisia a contar com a incapacidade de discernimento de que ler.