sexta-feira, 2 de março de 2012

2 de Março - DIA EUROPEU DA IGUALDADE SALARIAL

Na União Europeia (UE), as mulheres ganham, em média, 17,5% menos do que os homens, ao longo da vida.
Com o objectivo de sensibilizar a sociedade para este facto e incentivar a promoção de medidas para eliminar o fosso salarial que existe entre homens e mulheres nos Estados-Membros, a UE instituiu o Dia Europeu da Igualdade Salarial.
O dia 2 de Março não foi escolhido ao acaso. Veja na
CITE a história, assim como alguns dados estatísticos importantes.

A reter que, em Portugal, actualmente, a diferença salarial entre mulheres e homens (em termos de ganhos médios mensais) é de 21%. Essa diferença é tanto maior quanto mais elevado o nível de qualificação, atingindo 29,5% nas categorias mais qualificadas!



14 comentários:

Lucas disse...

Os homens ganham mais porque produzem mais. Não há "descriminação".

Aliás, se as mulheres produzissem EXACTAMENTE o mesmo que os homens, mas recebessem menos, na nossa economia de mercado isso levaria a que os patrões despedissem os homens e só contratassem mulheres.

Afinal, se podem ter o mesmo rendimento com um salário inferior, porque não avançar com isso?

A verdade é que toda a gente sabe que os homens, por variados motivos, são mais produtivos que as mulheres.

Aliás, as próprias mulheres quando são elas mesmo patroas, muitas vezes preferem contratar homens e não mulheres. Elas devem ser "machistas". :-)

Maria Helena Santos disse...

Lucas,
Sim, há estudos que mostram que em trabalhos iguais ou semelhantes, os homens ganham mais do que as mulheres. Ainda há 2 dias ouvi uma especialista da CITE ou da CIG dizer precisamente isto na TV, no Programa Sociedade Civil.

Achei algumas das suas questões muito interessantes e, por isso, retribuo-lhas:

Se as empresas podem ter o mesmo rendimento com um salário inferior, por que não avançar com isso? Por que será?

Quando as mulheres são patroas, muitas vezes, preferem contratar homens e não mulheres. Por que acha que será? Não acha que é por serem machistas?
Eu acho que sim, se elas preferem contratar homens às mulheres, devido ao sexo, tout court, isso é discriminação. Não acha?

Já agora deixo aqui mais uma questão:
Se, em Portugal, a percentagem de mulheres qualificadas é mais elevada do que a percentagem de homens qualificados, por que é que as mulheres continuam longe dos cargos de topo?
Há apenas cerca de 6% de mulheres nos cargos de topo nas empresas.
O que acha disto?

Lucas disse...

Helena,

Se as empresas podem ter o mesmo rendimento com um salário inferior, por que não avançar com isso? Por que será?


Essa foi a minha pergunta e a resposta é óbvia: os patrões sabem que os homens ganham mais porque produzem mais.

Quando as mulheres são patroas, muitas vezes, preferem contratar homens e não mulheres. Por que acha que será?


Mesma resposta que em cima. Provavelmente porque essas mulheres colocam a produtividade acima do politicamente correcto.

Além disso, Helena, todos nós sabemos que quando as mulheres engravidam (uma escolha) elas ficam tempos sem ir trabalhar. Um patrão tem que levar isso em conta na altura de escolher empregados.

A maternidade é uma escolha, mas essa escolha tem consequências.

Não acha que é por serem machistas? >


Mulheres "machistas"?

Se, em Portugal, a percentagem de mulheres qualificadas é mais elevada do que a percentagem de homens qualificados, por que é que as mulheres continuam longe dos cargos de topo?


Qualificadas em quê propriamente? "Estudos Femininos"? Sociologia? "Análise da Interacção Entre a Música e a Cultura"? Psicologia Animal? Educação Infantil? Artes Dramáticas? Serviços Humanos e Organização Comunitária?
Ciências em Torno das Desordens de Comunicação? Saúde e Programas Preparatórios?

A Helena espera que um engenheiro ou um químico receba o mesmo que alguém licenciada em "Estudos Femininos"? Podem existir 100 graduadas em "Serviço Comunitário" e 75 homens graduados em Engenharia Química. É óbvio que os engenheiros, mais cedo ou mais tarde, vão começar a ganhar mais que as mulheres por via das escolhas de cada um.

Ninguém forças as mulheres a fugir dos empregos mais exigentes; elas ESCOLHEM ficar longe deles (tal como a Helena escolheu fazer psicologia). A Helena não pode culpar os homens e o "patriarcado" pelas escolhas das mulheres.

Há variados motivos para o facto das mulheres não chegarem tanto ao topo como os homens.

O primeiro que me salta à vista é a maternidade. Mal as mulheres começam a ter filhos (uma escolha) a sua produtividade é afectada para sempre.

Segundo, muitas vezes as mulheres escolhem empregos distintos daqueles que dão acesso a presidência de empresas.

Terceiro, e como dito em cima, os homens são mais produtivos do que as mulheres.

Portanto, mesmo que as mulheres tenham mais qualificações (em termos de representação), os homens acabam por subir mais na escada porque trabalham mais horas, mais fins de semana, etc, etc.

Eles podem fazer isso porque sabem que têm alguém em casa para cuidar dos filhos, coisa que as mulheres escolhem serem elas a fazer sempre que isso choca com o emprego.

Resumindo, longe de ser uma evidência em favor da mitológica "descriminação", as diferenças salariais são o resultado lógico das escolhas que cada um dos sexos faz.

Se uma mulher escolhe ir trabalhar em artes gráficas, ela não se pode admirar de ganhar menos que um homem que trabalha em engenharia atómica.

Maria Helena Santos disse...

Lucas,
Eu recordo-o de que até há bem pouco tempo as mulheres estavam, pura e simplesmente, PROIBIDAS(pelos homens, obviamente) de exercer determinadas profissões. Por exemplo, não podiam votar, nem ser eleitas; não podiam ser juízas, não podiam seguir a carreira diplomática, etc...
É por essa razão (ou seja, existia discriminação formal - na própria lei - e discriminação informal, nomeadamente, baseada em estereótipos de género) que elas estão a menor número nesses cargos. Mas, ao contrário do que diz, já existem mulheres na Ciência, em matemática, química, biologia, engenharia e electrotécnica... etc.
E lá onde se pode provar o mérito, mais "objectivamente" (por exemplo, no Direito e na Medicina, que é necessário ter um média elevadíssima, como saberá), elas já provaram que o têm. Aliás, já se começa a falar em quotas para homens na Medicina.

Eu julgo que, neste momento, o grande problema está, precisamente, em pensar-se que as tarefas domésticas e familiares são função exclusiva das mulheres.
Obviamente, assim, elas são percebidas como tendo (e ainda acontece muito na sociedade, uma vez que, muitas vezes, elas carregam uma dupla ou mesmo tripla jornada de trabalho!) menor disponibilidade.
Sabe que já existem a licença de parentalidade (e não a tradicional licença de maternidade) precisamente para quebrar esse pensamento? Assim, o casal poderá dividir os meses de licença como bem entenderem. Por exemplo, os primeiros meses, poderá ficar a mulher em casa com a criança, mas os restantes poderá muito bem ser o homem.
Assim, as/os empregadores começarão a pensar de outra forma, no momento da contratação, porque já não associam apenas as mulheres ao cuidado das crianças. Não concorda?

Lucas disse...

Helena,

É por essa razão (ou seja, existia discriminação formal - na própria lei - e discriminação informal, nomeadamente, baseada em estereótipos de género) que elas estão a menor número nesses cargos.

Helena, as mulheres ESCOLHEM ir para certos empregos e REJEITAM ir para outros. Quantas mulheres a Helena vê que querem ser engenheiras mecânicas? ALguém lhe proíbe? Quantas querem ser engenheiras agrárias? Ou Químicas?

São as mulheres que escolhem a profissão que lhes dá um rendimento INFERIOR aos homens.

Mas, ao contrário do que diz, já existem mulheres na Ciência, em matemática, química, biologia, engenharia e electrotécnica... etc.

Pois, eu sei. Eu nunca disse que não havia.

E lá onde se pode provar o mérito, mais "objectivamente" (por exemplo, no Direito e na Medicina, que é necessário ter um média elevadíssima, como saberá), elas já provaram que o têm. Aliás, já se começa a falar em quotas para homens na Medicina.

De que forma é que isso refuta o que eu disse? As mulheres são livres para escolher a sua profissão, mas escolhem ir para profissões que lhes permitam ficar mais perto de casa e dos filhos. Ninguém lhes obriga. Elas ESCOLHEM isso.

Eu julgo que, neste momento, o grande problema está, precisamente, em pensar-se que as tarefas domésticas e familiares são função exclusiva das mulheres.

Ninguém pensa nisso. As mulheres é que escolhem ficar junto dos filhos.

Obviamente, assim, elas são percebidas como tendo (e ainda acontece muito na sociedade, uma vez que, muitas vezes, elas carregam uma dupla ou mesmo tripla jornada de trabalho!) menor disponibilidade.

São consequências das suas escolhas. Ela pode escolher não ter filhos, ou pode escolher não ficar junto dos filhos.
Nenhuma pessoa do mundo tem tudo o que desejaria, portanto, as feministas mentiram às mulheres quando lhes disseram que elas poderiam ter tudo.

Assim, as/os empregadores começarão a pensar de outra forma, no momento da contratação, porque já não associam apenas as mulheres ao cuidado das crianças. Não concorda?

Agora só falta convencer as mulheres em ficar longe dos filhos.

Boa sorte.

Enquanto as feministas não entenderem como funciona a mente feminina, nunca irão aceitar um óbvio facto humano: as mulheres QUEREM ficar junto dos filhos. Elas QUEREM empregos mais leves de forma a estarem disponíveis para a casa e os filhos.

Não é que os homens as obriguem; elas é que querem isso.

A vossa lógica feminista está totalmente invertida.

Maria Helena Santos disse...

Lucas,
eu estudo esta área e posso assegurar-lhe de que está errado.
Obviamente, as pessoas gostam de estar em casa com as suas filhas e os seus filhos e, cada vez, mais os homens também.
Mas também gostam de ser autónomas, também têm interesses, ambições, motivações.... que gostam de ver realizados.

Na minha opinião, com todas as medidas que têm sido tomadas, estamos a caminhar no sentido certo e vamos chegar a uma maior igualdade de género. Obviamente esta só será conseguida quando também houver igualdade ao nível da partilha das tarefas domésticas e familiares.
Depois, sim, haverá mais igualdade. Nesta altura, quem quiser ficar em casa a tratar dos filhos, fica. Quem quiser trabalhar, vai.
Quem quiser trabalhar a meio-tempo, fá-lo.... mas poderá, de forma livre (sem a ideologia de género tradicional a limitar-lhe o caminho) optar por um caminho, ou uma forma de vida.
Nessa altura sim, será uma sociedade mais justa para todas as pessoas.
Até lá, as mulheres já estão em massa em várias áreas, mas continuam nos cargos de base, porque há uma espécie de barreira invisível (o chamado tecto de vidro, ou glass ceiling) que as impede de chagar aos cargos de gestão ou de poder.

Maria Helena Santos disse...

Leia esta notícia:
http://economia.publico.pt/Noticia/portugal-so-tem-6-de-mulheres-nas-administracoes-das-empresas-cotadas-1536441?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+PublicoRSS+%28Publico.pt%29

Lucas disse...

Helena,

Enquanto você não aceitar esta característica básica da psicologia feminina, não vai aceitar os motivos que levam a que as mulheres sejam menos remuneradas que os homens.

Veja este artigo.

Vai ver que o feminismo, ao tirar as mulheres de casa, está a causar a sua infelicidade e não a sua "liberdade".

Maria Helena Santos disse...

Lucas,
Os feminismos não forçam ninguém a sair de casa. Os feminismos querem a igualdade de género. Nessa altura, as pessoas (homens, mulheres ou outras) poderão, mais livremente, fazer as suas opções, sem que haja barreiras baseadas no sexo a limitá-las.
As mulheres que tiverem condições económicas e preferirem ficar em casa a cuidar da sua família, óptimo;
Ou os homens que tiverem condições económicas e preferirem ficar em casa a cuidar da sua família, óptimo;
As mulheres que preferirem apostar na sua carreira, óptimo;
Ou os homens que preferirem apostar na sua carreira, óptimo;
As mulheres que preferirem trabalhar a meio-tempo para terem mais tempo para se dedicarem às filhas e filhos, óptimo;
Os homens que preferirem trabalhar a meio-tempo para terem mais tempo para se dedicarem às filhas e filhos, óptimo;
...
Quando houver igualdade, as pessoas poderão optar de forma mais livre, de acordo com o que realmente sentem.

Acho que é tão injusto pensarmos que, "pela sua natureza", as mulheres devem ficar em casa a cuidar das/os filhas/os e da casa (sem poder ganhar dinheiro e ser autónoma), como é pensarmos que "pela sua natureza", os homens devem carregar o enorme fardo de sustentarem toda a família sozinhos!
Não é uma situação justa para ninguém!

Lucas disse...

Helena,

Quando houver igualdade, as pessoas poderão optar de forma mais livre, de acordo com o que realmente sentem.

Mas as pessoas já podem optar o que querem fazer.

Aliás, hoje em dia, graças ao feminismo, as mulheres são forçadas a deixar os filhos ao cuidado de terceiros e ir à procura de sustento.

Se fizermos uma pesquisa de forma abrangente (e se uma mulher tiver um marido que ganhe o suficiente para todos) ela vai preferir ficar junto dos filhos do que ir para o mercado de trabalho.

O feminismo infelizmente retirou esta opção às mulheres. Elas agora são mal vistas e denegridas se ESCOLHEREM ficar em casa - como se ser dona de casa fosse algo ofensivo.

Acho que é tão injusto pensarmos que, "pela sua natureza", as mulheres devem ficar em casa a cuidar das/os filhas/os e da casa

Não é que elas devem. É o que elas querem.

Bolas, Helena, será que você nunca se apercebeu disso? Nunca falou com mulheres que LIVREMENTE dizem preferir ficar em casa a cuidar dos filhos? O que é que elas dizem? Não são coisas como "infelizmente tenho que ir trabalhar para termos mais dinheiro" ?

(sem poder ganhar dinheiro e ser autónoma)

"Não ganhar dinheiro" não significa falta de autonomia.

como é pensarmos que "pela sua natureza", os homens devem carregar o enorme fardo de sustentarem toda a família sozinhos!

Os homens QUEREM sustentar a família e eles tem-no feito há milhares de anos.

O que se passa é que com a chegada do feminismo, só um emprego não chega para sustentar a casa.

Você aparentemente não entende a psicologia feminina tal como não entende a masculina.

Tudo o que os homens querem é uma mulher de confiança que dê garantias de cuidar dos filhos e da casa de forma harmoniosa e frutífera. Quando encontramos uma mulher assim, e se tivermos escolha, não temos problemas nenhuns em trazê-la para a casa e sustentá-la - da mesma forma que as mulheres que podem não vêem problemas nenhuns em ser sustentada pelo marido enquanto elas cuidam do lar.

Ou a Helena acha que a mulher do Mourinho sente-se "oprimida" por ter um homem a pagar todas as suas dívidas? Acha que o Mourinho sente-se "explorado" ao pagar pelo estilo de vida da esposa?

Claro que não. Ele tem condições e confia na esposa, e como tal, ambos aceitam esta dinâmica que tanto sucesso e progresso trouxe ao mundo Judaico-Cristão.

Infelizmente, o feminismo estragou isso tudo e envergonhou as mulheres que ESCOLHEM ficar em casa. Arrancaram as mulheres de casa, forçaram-nas a ir para os escritórios frios e impessoais e hoje elas andam mais stressadas do que no passado.

A Helena é psicóloga e deve ter contacto com mulheres cada vez mais stressadas. No entanto a Helena não soma 1 + 1 para ver que o incremento da infelicidade feminina é consequência directa de políticas como o feminismo. O seu feminismo.

Como o feminismo trouxe infelicidade às mulheres, aos homens e às crianças, é importante resistir o seu avanço.

Maria Helena Santos disse...

Lucas,
O exemplo do Mourinho foi escolhido a dedo!
Então, e o que pensa das situações em que as mulheres, donas de casa, e, portanto, completamente dependentes de maridos, eles são violentos?
O que podem estas mulheres fazer?

Eu posso já avançar que conheci muitas mulheres nestas situações e que, sobretudo por não serem autónomas, ficaram presas ao marido anos e anos!

Lucas disse...

Helena,

O exemplo do Mourinho foi escolhido a dedo!

Foi um exemplo paradigmático do que eu dizia. Os homens não se importam de sustentar uma mulher que lhe dê garantias. A Helena e o seu grupo de feministas é que pensa que sim.

Então, e o que pensa das situações em que as mulheres, donas de casa, e, portanto, completamente dependentes de maridos, eles são violentos?


Deplorável e algo a ser corrigido.

Mas o homem não é violento porque ele a sustenta; ele é violento porque ele é violento.

Isto não anula o amplamente confirmado facto que as mulheres preferem ficar junto dos filhos e os homens não se sentem "explorados" por suportar a mãe dos seus filhos. A Helena é que acha que ser dona de casa é algo humilhante ou algo sem dignidade. Ou não?

O que podem estas mulheres fazer? Eu posso já avançar que conheci muitas mulheres nestas situações e que, sobretudo por não serem autónomas, ficaram presas ao marido anos e anos!

Porque é que não foram à polícia?

E o que é que a Helena diz das mulheres que ESCOLHEM ficar junto de maridos violentos, mesmo tendo independencia financeira?
Enfim, podemos arranjar exemplos para muitas coisas. O ponto a reter é que se as mulheres escolhem ficar em casa, as feministas têm que respeitá-las.

Maria Helena Santos disse...

Lucas,

Eu já vi que temos perspectivas muito diferentes, portanto, nem vale a pensa continuarmos a conversar sobre este assunto.

Mas deixe-me que lhe diga ainda que se engana completamente! Eu respeito as mulheres que, de uma forma pensada e consciente, optam por ficar em casa.
Conhece o filme "Mona Lisa Smile", com Julia Roberts): "http://www.youtube.com/watch?v=t8_PFfQAfpI

No final, ao contrário das expectativas, há uma mulher que se emancipa e outra que opta por ficar em casa. São duas escolhas a respeitar, porque são escolhas pensadas, conscientes. Aqui reside a diferença.

Lucas disse...

A Helena vai ter muita dificuldade em encontrar feministas a honrar e respeitar mulheres que ESCOLHEM ficar em casa a cuidar dos filhos.