terça-feira, 25 de novembro de 2014

Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres - 25 de novembro, 2014


A partir de hoje, quem passar na Av. das Forças Armadas, em Lisboa, vai ver a triste realidade portuguesa, no que diz respeito à violência face às mulheres, porque é preciso dar visibilidade a este enorme problema social!



Hoje, dia 25 de Novembro, assinala-se o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres. O movimento feminista Rede 8 de Março*, a que pertenço, organizou uma ação pública reivindicando o fim da violência machista que todos os dias assedia e violenta de variadas formas as mulheres que vivem neste país e por todo o mundo.

Com o apoio da Galeria de Arte Urbana, do Departamento de Património Cultural da Câmara Municipal de Lisboa, pintámmos um mural político na Avenida das Forças Armadas, em Lisboa, do lado oposto ao ISCTE-IUL, para que a exigência do fim da violência contra as mulheres fique gravada nas paredes da cidade, recordando que se trata de um problema que afeta todas as pessoas a quem cabe a responsabilidade de agir.

A violência instalada na sociedade atual, ainda tão marcada pelo sexismo e pela desigualdade de género, é também responsável, todos os anos, pelo assassinato de dezenas de mulheres pelos seus maridos, ex-maridos, companheiros e ex-companheiros.

A violência doméstica em Portugal é sobretudo uma violência de género, rodeada de um silêncio ensurdecedor.

Este ano foram já assassinadas 32 mulheres, na sua maioria, de forma brutal. Mães, filhas, avós, cuja morte, noticiada nos telejornais, chocou muita gente e provocou muitos comentários de indignação. Porém, também houve aplausos para os agressores e assassinos à porta dos tribunais, algo que apenas revela o quão doente de crueldade e machismo está esta sociedade portuguesa.

Precisamos de medidas rápidas e eficazes para mudar esta realidade. Precisamos de polícias e juízes com formação adequada, meios e apoios para proteger as mulheres vítimas de violência, as famílias despedaçadas e as crianças e jovens que ficam órfã/os, e também de uma nova campanha pública nacional de sensibilização e de chamada à responsabilidade, convocando cada cidadã/o deste país a não ser cúmplice ou culpada/o de violência contra as mulheres.
Neste momento, a todo o momento, nem imaginamos as mulheres que estão a ser violentadas. Desde as que são assediadas na rua constantemente, às que são batidas pelos seus maridos e namorados, às que são perseguidas pelo patrão, às que são discriminadas, porque não seguem os padrões identitários ou sexuais dominantes, ou porque são pobres, ou trabalhadoras precárias, ou imigrantes, ou trabalhadoras do sexo, milhares de mulheres estão em risco e vivem numa condição cidadã inferior, porque a sua liberdade e dignidade lhes é negada.


Chega de violência machista!


 

*A
Rede 8 de Março junta diversas associações feministas, antirracistas, de defesa de direitos das pessoas LGBT e das/os imigrantes e de combate à precariedade. Reúne muitas pessoas singulares e também vários movimentos sociais e coletivos, como a UMAR, SOS Racismo, ComuniDária, Precári@s Inflexíveis, Panteras Rosa, Clube Safo, ILGA e GRIT.

No site - http://rede8marco.wordpress.com/ - encontrará o registo de um longo percurso de intervenção feminista. Ora vejam!

Sem comentários: