De manhã cedo, essa senhora se conforma
Bota a mesa, tira o pó,
lava a roupa, seca os olhos
Ah, como essa santa não se esquece
De pedir pelas mulheres,
pelos filhos, pelo pão
Depois sorri meio sem graça e abraça
Aquele homem, aquele mundo
que a faz assim feliz.
De tardezinha, essa menina se namora
Se enfeita, se decora,
sabe tudo, não faz mal
Ah, como essa coisa é tão bonita
Ser cantora, ser artista,
isso tudo é muito bom
E chora tanto de prazer e de agonia
De algum dia, qualquer dia,
entender de ser feliz.
De madrugada, essa mulher
faz tanto estrago
Tira a roupa, faz a cama,
vira a mesa, seca o bar
Ah, como essa louca se esquece
Quantos homens enlouquece
nessa boca, nesse chão
Depois parece que acha graça e agradece
Ao destino, aquilo tudo
que a faz tão infeliz
Essa menina, essa mulher, essa senhora
Em que esbarro a toda hora
No espelho casual
É feita de sombra e tanta luz
De tanta lama e tanta cruz
Que acha tudo natural.
2 comentários:
Passe um olho em "Gisele Bündchen, a dona de casa de 1958", publicado no Vermelho,
http://www.vermelho.org.br/coluna.php?id_coluna_texto=3836&id_coluna=93
e no Direto da Redação,
http://www.diretodaredacao.com/noticia/gisele-bundchen-a-dona-de-casa-de-1958
Abraço
Urariano,
Vou ver sim.
Obrigada
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