quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Quem é feminista?

Eu sei que já aqui referi isto várias vezes. No entanto, pelos comentários que estão a ser trocados no Post anterior, senti que devia esclarecer esta questão novamente.

Feminista
não é uma espécie de grupo de mulheres organizado para lutar contra os homens. Ser feminista é sim acreditar na igualdade de direitos entre as mulheres e os homens.

São feministas todas aquelas pessoas (brancas ou negras, solteiras ou casadas, etc.) que acreditam que as mulheres e os homens merecem igual respeito, poder, espaço, etc., que acreditam que NINGUÉM deve ver as suas escolhas e oportunidades condicionadas em razão do sexo!

8 comentários:

Lucas disse...

Helena,

Se apenas o feminismo fosse só isso.

O problema é que a Helena adere a uma versão do feminismo e diz que a sua versão representa o feminismo oficial. Mas acho que sabemos que não é bem assim.

Como já vimos no link deixado no post anterior, o feminismo centra-se no ódio contra os homens sob o manto da "igualdade".

Aquilo que as feministas dizem em público não é a mesma coisa que dizem umas às outras.

Sabemos disso porque quando uma mulher é liberta do feminismo, ela invariavelmente diz que foi indoutrinada nutrir ódio aos homens.

Atenção que eu não digo que todas as mulheres que se identificam com o feminismo odeiam os homens; eu digo, sim, que o ódio aos homens é consequência lógica da retórica e forma de pensar do movimento em si.

Anónimo disse...

O seu texto é uma falácia. O inverso seria:

Machismo não é uma espécie de grupo de homens organizado para lutar contra as mulheres. Ser machista é sim acreditar na igualdade de direitos entre as mulheres e os homens.

São machistas todas aquelas pessoas (brancas ou negras, solteiras ou casadas, etc.) que acreditam que as mulheres e os homens merecem igual respeito, poder, espaço, etc., que acreditam que NINGUÉM deve ver as suas escolhas e oportunidades condicionadas em razão do sexo!

Que tal?

E quanto ao "NINGUÉM deve ver as suas escolhas e oportunidades condicionadas em razão do sexo" é uma impossibilidade material.

Homens são diferentes das mulheres, é a natureza. Imensas escolhas e oportunidades estão condicionada em razão do sexo.

Se a senhora diz que isso não DEVERIA ser assim, então o seu problema é uma revolta metafísica contra a realidade. Não é um caso que possa ser resolvido politicamente, mudando a sociedade numa engenharia social para que esta se adapte a tal revolta subjectiva.

PS- Para quando uma feminista exigir quotas de mulheres para trabalhos em minas e estiva portuária ? É pena que a suposta luta pela igualdade só vos dê para exigir a garantia fora de concorrência de uns quantos bons trabalhos em bons gabinetes com ar condicionado, em razão de....sexo feminino! Eis a contradição feminista.

Maria Helena Santos disse...

Lucas,
Não há um feminismo oficial. No post anterior, já lhe disse que há diversas correntes feministas e não apenas uma. A corrente que o Lucas parece odiar deve ser o feminismo lésbico.
Para acabar com esse mito (e porque sei que o feminismo está carregado de uma conotação negativa), também já aqui referi diversas vezes que sou feminista e não odeio os homens e o mesmo acontece com as minhas companheiras do blog. Apenas reivindicamos a igualdade, princípio que, aliás, já existe na lei portuguesa!

Jairo,
Ao contrário do que parece acreditar, o feminismo não é sinónimo de machismo. As feministas (pelo menos a maioria, para responder ao Lucas) procuram a igualdade entre homens e mulheres, o machismo chega a matar!

Quando fala das diferenças que existem entre homens e mulheres, está a falar das diferenças físicas. Eu não estava a falar sobre isso, mas da igualdade de direitos.
Aconselho-o a ler os comentários do post anterior (World Development Report 2012), uma vez que falámos sobre essas questões.

Para responder à sua última questão, posso dizer-lhe que quem está a ameaçar impor quotas no meio empresarial em 2012 é a própria a UE, caso os países não coloquem mulheres voluntariamente nos cargos de topo, porque já percebeu que a igualdade é, de facto, melhor caminho para o desenvolvimento da sociedade.

É injusto dizer que Os/as feministas só se preocupam com esse tipo de questões. Eu, por exemplo, no âmbito do meu doutoramento, estudei a questão da sub-representação das mulheres nos cargos de poder político (ocupação tradicionalmente masculina) e algumas medidas criadas no sentido de aumentar o Nº de mulheres, como as quotas e a lei da paridade, implementada em Portugal em 2006. Mas agora pretendo alargar esta análise também a homens em ocupações tradicionalmente femininas, como a enfermagem.

Lucas disse...

Helena,
Não há um feminismo oficial.


Como "não há um feminismo oficial"? Quando as falam do "feminismo", do que é que elas falam?

No post anterior, já lhe disse que há diversas correntes feministas e não apenas uma.

Também não foi dito por mim que as feministas são um grupo homogéneo em termos de discurso e metodologia. Eu tive o cuidado de dizer que a versão de feminismo que a Helena subscreve é a versão pública. A versão que está a ser avançada nos tribunais, nos média e em todo o lado, é a versão que fomenta o ódio aos homens.

também já aqui referi diversas vezes que sou feminista e não odeio os homens e o mesmo acontece com as minhas companheiras do blog.

Há muitos muçulmanos que não odeiam os Judeus nem a Israel, mas isso não invalida o que o seu livro sagrado diz.

Semelhantemente, o facto da Helena pessoalmente não odiar os homens não invalida que o feminismo - como criado nos anos 60 e 70 - não seja uma ideologia que fomente o ódio aos homens, à família, etc.

Apenas reivindicamos a igualdade, princípio que, aliás, já existe na lei portuguesa!

A Lei reconhece a igualdade do ser humano e não a igualdade dos géneros.

Anónimo disse...

Maria Helena Santos,

«Ao contrário do que parece acreditar, o feminismo não é sinónimo de machismo.»

Feminismo não é sinónimo mas equivalente ao machismo. A diferença é que o feminismo pretende favorecer injustamente as mulheres,e o machismo os homens. Mas em muitos casos, feminismo e machismo ( e racismo) até são aliados. Veremos isso mais abaixo.

« As feministas (pelo menos a maioria, para responder ao Lucas) procuram a igualdade entre homens e mulheres, o machismo chega a matar!»

Eu não defendo o machismo. É verdade que existem injustiças motivadas pela misoginia.

Mas o feminismo também não tem as mãos limpas. O feminismo é responsável pela morte de milhões de seres humanos através da legalização do aborto. O aborto,Maria Helena Santos, implica matar um ser humano. Aliás, esta vitória feminista no aborto é a vitória dos machistas que agora podem pressionar à vontade as mulheres para abortar ( pressionar alguém para fazer algo que não é crime; não é crime) e as clínicas de aborto, como a Planned Parenthood, podem especializar-se em matar sobretudo bebés negros. Margaret Sanger, uma campeã do feminismo e fundadora da PP, era uma furiosa racista contra os negros. Ainda hoje, a instituição que criou segue esses princípios:

http://abortoemportugal.blogspot.com/2011/05/planned-parenthood-e-apf.html


O desprezo feminista pela vida humana, pode ser visto neste video de militantes pró-Planned Parenthood:

http://abortoemportugal.blogspot.com/2011/09/mentalidade-dum-aborcionista.html


«Quando fala das diferenças que existem entre homens e mulheres, está a falar das diferenças físicas.»

Também, mas não só. Há ainda diferenças psicológicas e emocionais.

«Eu não estava a falar sobre isso, mas da igualdade de direitos.»

A sua luta por quotas femininas é a luta pela desigualdade de direitos, como penso já ter explicado.

«Para responder à sua última questão, posso dizer-lhe que quem está a ameaçar impor quotas no meio empresarial em 2012 é a própria a UE,»

Por esse, e muitos outros motivos, eu sou contra a UE.

« caso os países não coloquem mulheres voluntariamente nos cargos de topo, porque já percebeu que a igualdade é, de facto, melhor caminho para o desenvolvimento da sociedade.»

Repare que não está a falar de igualdade, mas de igualitarismo. Existe liberdade para as empresas admitirem mulheres ou homens. Para certos trabalhos, as empresas privadas acabam por escolher livremente mais homens do que mulheres. Como a UE não gosta da maneira como o jogo se desenrola ( com regras livres), faz a ameaça: ou contratam mais mulheres "voluntariamente" ou contratam mais obrigados. Como vê, não há muita alternativa. Isto é uma engenharia social baseada num princípio ditatorial. As feministas partem do princípio que o mundo ideal teria de ter mais mulheres, por exemplo, na política ou como executivas ( mas nunca nas minas e estiva portuária...). E querem que o poder político seja posto ao serviço do cumprimento desse ideal, contra os interesses reais dos empresários e eleitores que livremente escolhem mais homens, e não mulheres, para certos cargos.

«É injusto dizer que Os/as feministas só se preocupam com esse tipo de questões.»

Não é injusto porque não existe nenhum movimento feminista a exigir quotas femininas para minas, plataformas petrolíferas, construção civil, estiva portuária ,etc, etc...

« agora pretendo alargar esta análise também a homens em ocupações tradicionalmente femininas, como a enfermagem.»

Mas não pretende alargar a sua análise à "discriminação" que as mulheres sofrem por não trabalharem em minas, a partir ferro. Pois não?

Maria Helena Santos disse...

Jairo,

Sinceramente, acha mesmo que são os/as feministas que são as/os responsáveis pela morte de milhões de seres humanos?! O que acha que acontecia antes da legalização do aborto, ou da interrupção voluntária da gravidez (IVG)?
Aconselho-o a ver o filme Vera Drake (http://www.imdb.com/title/tt0383694/ ), que mostra bem a realidade da Irlanda, que não devia ser diferente da portuguesa.
Quem queria abortar já abortava antes. A diferença é que antes umas mulheres iam ao estrangeiro (as mulheres de estatuto mais elevado) outras faziam-nos por cá, por vezes, sem condições nenhumas, correndo risco de vida. Agora, pelo menos, há mais igualdade e as mulheres são aconselhadas, têm acompanhamento psicológico, etc.
Saliento que a legalização da IVG não obriga nenhuma mulher a fazê-lo, dá-lhe sim a liberdade de escolha.

Quanto à questão das quotas, eu sou favorável às quotas, enquanto mecanismo temporário, sempre que se justifique. Ou seja, sempre que pessoas pretendam entrar numa ocupação tradicionalmente do sexo oposto e existem barreiras/obstáculos. Por exemplo, quotas para aumentar o Nº de mulheres na política, porque durante muitos anos a política foi “um mundo de homens”. Em Portugal, as mulheres só puderam participar, sem quaisquer obstáculos, após o 25 de Abril. Um exemplo no caso dos homens, eu sou favorável que se criem quotas para que haja mais educadores de infância. Existem pouco mais de 100 no nosso país e acho que se há realmente homens que querem ser educadores e existem obstáculos, devem ser criadas quotas que os ajudem a ultrapassá-los.
Quanto às minas ou às plataformas petrolíferas, de que tanto fala, nunca ouvi dizer que há mulheres a quererem ir trabalhar para essas ocupações, pelo menos em Portugal. Mas sugiro que veja um filme que mostra bem o que acontece às mulheres nesse “mundo de homens”: “North Country”, ou “Terra Fria”, com uma excelente interpretação de Charlize Theron.

Anónimo disse...

Maria Helena Santos,

«Quanto à questão das quotas, eu sou favorável às quotas, enquanto mecanismo temporário, sempre que se justifique.»

As propostas totalitárias de engenharia social são sempre vendidas como temporárias. É um fenómeno curioso.

«Ou seja, sempre que pessoas pretendam entrar numa ocupação tradicionalmente do sexo oposto e existem barreiras/obstáculos.»

Ou seja, a ditadura das quotas, decretadas pelo comité central da UE ( aka: URSS do ocidente), estará aí para durar...

«Por exemplo, quotas para aumentar o Nº de mulheres na política, porque durante muitos anos a política foi “um mundo de homens”.»

Também a estiva portuária, as minas de ferro e o balneário do Benfica o são.

«Em Portugal, as mulheres só puderam participar, sem quaisquer obstáculos, após o 25 de Abril.»

HOJE as mulheres podem participar na política sem quaisquer obstáculos. Problema resolvido.

«Um exemplo no caso dos homens, eu sou favorável que se criem quotas para que haja mais educadores de infância.»

Desconfio que a sociedade baseada na tradição e conhecimento acumulados ao longo dos séculos saiba mais de educação do que os engenheiros sociais revolucionários como a Maria Helena Santos.

Se os infantários livremente contratam mais mulheres do que homens para educadores de infância, não será por acaso. Talvez não fosse má ideia dar liberdade às organizações e sociedade em geral. A alternativa de criar uma sociedade ideal por decreto, a história do século XX mostra-nos que não correu lá muito bem...

« Existem pouco mais de 100 no nosso país e acho que se há realmente homens que querem ser educadores e existem obstáculos,»

Têm bom remédio. Arranjem um trabalho de homem.

« Quanto às minas ou às plataformas petrolíferas, de que tanto fala, nunca ouvi dizer que há mulheres a quererem ir trabalhar para essas ocupações,»

De acordo. Também nunca ouvi mulheres com tal vontade. Era esse o meu ponto.

« Mas sugiro que veja um filme que mostra bem o que acontece às mulheres nesse “mundo de homens”: “North Country”, ou “Terra Fria”, com uma excelente interpretação de Charlize Theron.»

Obrigado pela sugestão. É normal que um mundo de homens não seja o local ideal para uma mulher trabalhar.

Anónimo disse...

Quanto ao crime do aborto, apoiado pelas feministas, respondi-lhe aqui:

http://abortoemportugal.blogspot.com/2011/10/resposta-feminista-maria-helena-santos.html