Nestes percursos, começa pelo retracto das mulheres portuguesas do início do século XX, sublinhando os pontos mais frágeis da condição feminina nessa altura - educação e instrução.
Salienta algumas das alterações legislativas realizadas, sobretudo, ao nível do Código Civil, Penal e das leis laborais para os ultrapassar, assim como ao nível dos preceitos, não só legais, mas também morais (e.g., as raparigas e os rapazes eram socializados de forma completamente diferente: elas para o espaço privado, eles para o espaço público).
Neste contexto, a par do republicanismo, surgem as primeiras movimentações feministas, lutando contra a discriminação face às mulheres, e.g., com as feministas Ana de Castro Osório e Maria Veleda. Desejavam que as mulheres fossem “criaturas de inteligência e de razão, educadas útil e praticamente de modo a verem-se ao abrigo de qualquer dependência, sempre amarfanhante para a dignidade humana".
A República prometeu-lhes apoio nesta luta e, de facto, foram criadas diversas associações feministas, apostaram no ensino feminino, aprovaram o divórcio e alteraram o Código Civil.
Contudo, teimava em persisti uma visão tradicionalista das mulheres. A República frustrou a maioria das aspirações feministas. Uma das maiores desilusões prende-se com retirada do direito de voto às mulheres. Carolina Beatriz Ângelo, a 1ª mulher a votar na Península Ibérica, em 1911, fê-lo ao abrigo de uma lei da Monarquia. Os republicanos foram instransigentes nesta matéria, considerando que a vida política apenas dizia respeito aos homens. Na revisão da Lei Eleitoral, em 1913, ficou explícito que apenas os "cidadãos portugueses do sexo masculino" poderiam votar.
Já nos anos 20, assistiu-se a uma mudança clara no comportamento das mulheres, como diz Gabriela Mota Marques, a uma "virilização da mulher". Inspiradas, sobretudo, na moda francesa, começam a adoptar novos visuais e novos hábitos: cortam os cabelos curtos, usam vestidos de talhe esguio (que realcem a silhueta, mostrem as pernas, os braços nus e tenham decotes generosos), fumam, consumem drogas e bebidas alcoólicas nos locais públicos, vão a clubes e cabarés ouvir novos ritmos e experimentar novas danças, discutem abertamente os mais variados assuntos, praticam desporto e conduzem automóveis.
Contudo, com o Estado Novo, as mulheres voltam a ser remetidas para o espaço privado!
Notícia completa aqui: http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Nacional/Interior.aspx?content_id=1499423
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